À querida ilha de São Vicente
de Cabo Verde.
«Nha terra ê quel piquinino
ê São Vicente ê quê di meu.»
Nas praias
Da minha infância
Morrem barcos
Desmantelados.
Fantasmas
De pescadores
Contrabandistas
Desaparecidos
Em qualquer vaga
Nem eu sei onde.
E eu sou a mesma
Tenho dez anos
Brinco na areia
Empunho os remos...
Canto e sorrio
À embarcação:
Para o mar!
É para o mar!...
E o pobre barco
O barco triste
Cansado e frio
Não se moveu...
Cambambe, 3 de maio de 1962
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