O céu, a terra, o vento sossegado...
As ondas, que se estendem pela areia...
Os peixes, que no mar o sono enfreia...
O nocturno silêncio repousado...
O pescador Aónio que, deitado
Onde co o vento a água se meneia.
Chorando, o nome amado em vão nomeia,
Que não pode ser mais que nomeado:
-- Ondas, dizia, antes que Amor me mate,
Tornai-me a minha Ninfa, que tão cedo
Me fizestes à morte estar sujeita.
Ninguém lhe fala; o mar de longe bate;
Move-se brandamente o arvoredo;
Leva-lhe ao vento a voz, que ao vento deita.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
#18 - "O céu, a terra, o vento sossegado..."; Luís de Camões
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
#17 - OCEÂNIAS, Branquinho da Fonseca
Ondas do mar me deitaram
sobre o calor das areias
que ao meu corpo se moldaram
pra aquecer as minhas veias.
E aquele corpo de escrava
dando-me força a vencia
pelo gozo que me dava
para o gozo que sofria.
A noite vinha a descer
e subia a maré-cheia...
Eu já tinha o meu poder:
fugi à praia, deixei-a.
Foi assim que regressei
das conquistas do mar bravo,
e ergui palácios de rei
sobre refúgios de escravo.
sobre o calor das areias
que ao meu corpo se moldaram
pra aquecer as minhas veias.
E aquele corpo de escrava
dando-me força a vencia
pelo gozo que me dava
para o gozo que sofria.
A noite vinha a descer
e subia a maré-cheia...
Eu já tinha o meu poder:
fugi à praia, deixei-a.
Foi assim que regressei
das conquistas do mar bravo,
e ergui palácios de rei
sobre refúgios de escravo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)